domingo, 20 de dezembro de 2009

Precipício propício





Não me prendem
as palavras jogadas por medo de perda.
Quero liberdade do órgao que bombeia o sangue.
Quero o sangue correndo na veia por vivência árdua
não por pura vitalidade de manter-me viva.
Não quero mais traços no rosto
feitos de uma idade que não tenho
Quero nitroglicerina.
Diversidade.
Tudo que acho é a minha certeza.
Acho que o amor está por vir.
Amor de marinheiro.
Em cada porto um desapego.
Fidelidade ao amor livre
Duração de um instante
intenso como um pôr-do-sol
que por ser único, prisioneiro de lembranças.
Quero encontrar um lugar
onde seja permitido quaisquer palavras
e salvar tudo com alguma poesia.
Fim de tarde.
Fim do dia.
Rasguei o espaço da minha ausência
com a liberdade do discurso insano.
Já não desejo mais sonhar nesta vida.
E ainda sim, amo.
Acho.

Polliana Veras

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Grandes Navegações





Olhar fundo de horizonte
Que de tão distante
impede a descoberta da linha reta sem fim.
Descobrir teus mares
risco de encontro com monstros lendários.
Não explorar-lhe
tolice medieval de antigos navegantes.
Jurava que teu fim não fosse abismo...
Epifania!
Moldas-te teu mundo tão quadrado quanto a mente.
Falsas sereias do teu abissal
camuflam em beleza
o teu umbral interno.
Que de tanto desviar a rota de quem te navega
Feneceu afogado
em tua própria água.


Polliana Veras

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009





Será assim e só.
O desatar dos nós.
O enfim sós, da distância discrepante.
Com um toque de silêncio
faço, sofro e saliento
que a volta não será breve.
Que mais de uma vez encontrarei a neve
E o amor que não se descreve
guardarei como uma pluma leve
no peito que dói
aperta
mas não cede.



Polliana V.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Levou-te ao céu.
Mostrou-lhe os anjos
as cores
as divindades.
Empurrou-te sem dó.
Alcançou o inferno
conheçeu o fogo
a dor
o escuro.
A alegria que te fez plena
mudou teu plano.
E a dor que trás,
ensinamento.
Suga dela o valor que lhe carrega.
Faz tua vida.
Molda o mundo.
Monta teu céu.
Porque a vida só voa,
se lhe der asas.


Polliana Veras

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Voar


Asas entranham-se em meu corpo apto e louco pela liberdade.
Só estava a espera do grande salto.
Rompeu-se o casulo.
As ideologias encontram-se formadas.
A interioridade saiu da corda bamba.
Mágica de circo.
Guardo em mim o estupor de uma borboleta
que apesar de vida breve
faz-se intensa e marcante após a metamorfose.


Polliana Veras

domingo, 22 de novembro de 2009

Eis a questão.


O que vai ser quando crescer?
Cresci, sou?
Não fui? Não era?
Se ser é existir
tenho casa, nome, profissão
Então sou?
Serei ou estou?
Escolho ser
ou sou a escolha?
O ser é a existência?
Ou existe-se para ser?
Construi-se o ser
ou entregamo-nos ao fardo
de um existencialismo programado.
A existência não tem prosódia.
Prefiro 'esqueSer'.

Polliana Veras

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Au revoir Brésil...


Óh meu lugar com nome de planta.
De eterna folia-de-reis no planalto central.
Terra de sons diversos.
De miscigenação aparente na cara dos seus.
És tão imenso que meus olhos não te alcançam.
Tenho tua ginga no meu sangue.
Enraizado.
Quero ser tua representante em cada canto.
Quero deixar a marca
sendo uma digna filha
deitada em berço esplêndido.
Passarei pelos quatro cantos do globo:
direi aos chineses que o Paraguai é logo ali!
Aos árabes que o petróleo é nosso!
Falarei aos russos do sabor da Ypióca..
O gosto do dendê aos italianos
Do cheiro da natura natureza aos franceses.
Quero levar teu nome tupi a quem te difama.
Orgulho-me de ti
mesmo fora das olimpíadas.
Sei que muitos abusaram do teu " jeitinho característico ".
Mas mesmo estes
sabem fazer de ti,
no luxo ou no lixo,
o melhor lugar pra se viver.


Polliana Veras

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Renascer




Não me falaram que o coração ficaria oco
as palavras vagas, vazias.
Que um dia em cinzas me tornaria
que a flor derramaria as pétalas
que a seca tomaria o rio.
Tristeza ,
a mim você nao cabe..
quando vem
chega feita de tanta intensidade
que me desestrutura
me rasga, dilacera.
Mas sou mais forte, derrubo-te.
Nossas energias entram em choque.
Não sei te ter.
De mim não faz parte.
Sou sol raiando depois da chuva
sou lua indo embora depois da noite.
Aurora do dia.
Minhas cinzas são adubo pra um novo ser.
Fortaleço.
Recupero.
Minha vivência pedi luz.
Sou feita de alegria.
Engulo amor.
Vomito ódio.
Estou pronta.
Recomeço.


Polliana Veras

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Homem dos meus sonhos.



Me pegaste.
Agora encontro-me camuflada de folhas secas deste pomar vasto.
Entrelaçada com os seus braços
desenhados de carne dura.
Meus cabelos confundem-se com o enlaçamento atônito das tuas mãos.
Vejo-me perdida de estupor
e ao mesmo tempo afoita
por acreditar que aquela magia findaria.
Decido quebrar as grades da razão
e deixo confundir-me com o envolvimento
que faz sua respiração incessante.
Por mais que me aprofundes
ainda parece muito distante
do quão te quero perto, dentro.
Meu suor envolvido com o seu
faz grudar as folhas em nossas peles
fatigadas de esforços sublimes.
E o que mais desejo
é fixar minhas raízes em seu corpo
gerando um só ser
naquele palco de energias libidinais.
Por um momento cheguei a pensar
que desapareceria para sempre em suas profundezas.
Tua boca parece fruto de alguma daquelas árvores.
Tua barriga de tão esculpida
parece obra Vinciana.
Transbordas desejo de domínio neste olhar feito de malícia.
Um formigamento começa nos meus pés
percorrendo com indolência meu ser vivo
e incessantemente abstinado de ti.
E dança por um longo caminho.
Nervo a nervo.
Até provocar-me um curto de energia interna
profundamente divina
que qualquer tentativa de descrição
diminuiria sua magnitude.
Despertando-me.
Restando apenas a espera de mais um incessante dia
para encontrar-lhe novamente
no mundo dos meus sonhos.


Polliana Veras

domingo, 8 de novembro de 2009

Lunar



Encontro-me numa dimensão superior transcedental
energias diversas percorrem sobre meu corpo irradiado de felicidade.
Deparo-me diante a lua reluzente sobre meu ser vibrante.
Encaro-a penetrantemente sobre sua luz enérgica
que entra em fusão com meu corpo transbordante de emoções puras.
A dança de luz do trajeto de sensações que bailam no meu eu
transborda e entra em contato com a irradiação lunar.
Não possuo controle sobre o percurso dessas sensações
e as deixo percorrerem livremente a caminho do encontro cósmico
entre o satélite e o mais puro nível do meu ser.
A pureza desse movimento
tem o poder de desprender meu âmago de sentimento puro
e elevar até o seu ser materialmente distante.
Essa mesma força que me desprende
me confirma o transporte de vibração levado a você.
Reafirma a magnitude da nossa sintonia. Desregulada.


Polliana Veras

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Mistério do Planeta


Enviado chamando, enviado chamando!
Tenho muito a dizer sobre a Terra.
Sem paz ela prossegue, de praxe.
Ainda há fome e violência.
Da desigualdade e miséria
não há palavras para descrição.
Destruição do planeta, devastação ambiental.
Gases poluentes multiplicam-se.
Governantes ensinados a enganar.
Ah, meus conterrâneos...
ainda são donos de muita mesmice!
Porém meus caros, informo-lhe o maior causador do meu espanto.
A nossa maior esperança para tornar esse planeta em fênix
Tem exalado-se de forma descontrolada.
Os jovens com ânsia de mudar são poucos.
Encontram-se presos as novidades globalizadas.
Perderam o dom de pensar.
Não buscam seus direitos.
Acomodaram-se.
Logo eles,
netos dos que lutaram pela liberdade de expressão
filhos dos que buscaram a democracia.
Eles assistiram impecheamts!
Eles meus caros
que nasceram numa época livre
Hoje encontram-se enclausurados
Presos numa era mecânica, robótica.
Sem sede de livros.
Onde tudo é virtual, fictício.
Os Novos Baianos já não existem meus amigos!
De Moraes Moreira já nem se falam.
Vida imaginária.
Já não possuem contato íntimo com a natureza.
Vejam! Eles não a sentem!
Escutem o que eles ouvem...
Eles já não sentem sons
nem ouvem cores
não lêem toques.
Nem digo o que fizeram com o amor...
Até o amor virou capitalista!
Vendem amor.
O amor interessa-se pelo poder.
Pelo prazer, pelo dinheiro.
E quando o sentem de fato, são egoístas
querem só pra si
O torna obsessivo
Limitaram o amor a simples sentimento de posse.
Já não sabem o que é amor real.
Existem muitos que desistem da vida.
Dirigem com álcool no sangue
ou inalam coisas brancas, tóxicas.
Sim, muitos deles não aguentam
e se matam aos poucos.
Mas ainda existe,
alguns raros é verdade,
aqueles que enxergam o mundo com poesia.
Que lutam. Por mudança.
Mesmo que seja dentro de si.
Perceberam que a mudança de um todo
só é possível com a transformação interna das unidades.
Residem em um universo paralelo.
Aqui mesmo na Terra.
Mas que é envolto por uma fina camada de pureza que os separam dos outros.
Ah...
Esses jovens foram crianças cristais.
São jovens energizados de positividade
que tem a tendência natural de unirem-se.
Eles possuem imãs internos
e se juntam, andam em bando.
Sempre julgados por suas vestes confortáveis.
Sempre estigmatizados por fazerem uso de uma planta medicinal.
Mas sempre com a cabeça livre.
Aberta pro mundo.
Pra sentir o mundo.
Sentir o real.A liberdade.
Seus princípios são outros.
E vos falo meus conterrâneos,
esses jovens não tem limitações de idade.
Depois que estipulam seu verdadeiro eu diferenciado
possuem o poder de manter-se eternamente jovens.
Já sinto a vibração de uma nova era.
Sinto que é hora da vinda dos meus para esse universo.
Vamos, venham!Já é hora.
Juntamo-nos a eles
e faremos uma revolução interior nos terraqueos.
Vem, é chegada a hora.
Desce e trás o vinil dos baianos.
Meu ouvido está elétrico.

Polliana Veras

Desintalando.



Ás vezes uma relação não termina por falta de sentimento, e sim para preservar a felicidade das lembranças. É hipocrisia dizer que não deu certo. Claro que deu. Foram anos, meses, divisão de vida, aprendizagem de gostos, paciência com defeitos, juras eternas, entrega interior máxima, mesmo com um ponto final. Odeio a palavra fim. Ela poderia ser substituída por recomeço, afinal todo fim é um novo começo. Podemos não ter mais quem queríamos mas pelo menos temos a pessoa em memória. Descobrir a insuportável e delicada memória que não teve um fim, mas um final não muito feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim...o fim é uma palavra com um poder de definição muito grande, odeio limitações. Estamos abertos a vontade da vida então não podemos defini-la com tanta certeza. Não sabemos de nada. Somos fantoches do acaso, brinquedos do tempo. Tempo... Deus da mudança ... Não me inquieto quando não recebo as respostas das perguntas que não fiz. Eu me conformei em reservar alguma coisa do que não sei para saber depois. Um pouco desse amor foi acomodado pelo " Deus da mudança", será póstumo. É recomendável não descobrir todos os segredos. Até porque eles podem ser a resposta da angústia do agora ... o passado sempre é resposta do presente do futuro. O mal do ser humano é a pressa. Não digo nem que ela é a inimiga da perfeição, mas inimiga da verdade real pois a pressa adianta um acontecimento que não deveria estar sendo fato naquele instante, e acontece sem durabilidade. Essa é a real diferença do amor e da paixão. A paixão é avassaladora, é substituível, é largar tudo e ir em frente, é palhaço em boca de leão, é esquecer as regras dos horários, esquecer da vida real, do emprego, da casa, dos vícios. O amor não, amor foge da compreensão humana. Amor é tocar no intocável. É curar um defeito sem saber sua existência. É ter a paciência e virtude da espera, o amor real é único, camufla-se, encobre-se, é enganado por outras paixões vividas, mas ás vezes até sem saber permanece intacto. Amor é vírus, depois do contágio estará em seu sangue por toda a vida, até que você morra, ou morra por ele. O amor coloca sua vida em bandeja para o outro. Mas para confiarmos nossa vida a uma outra pessoa precisamos primeiro saber o que foi nossa vida, o que é ,o que será, o que se espera dela. Não tem como ser dois em um só sem saber quem és por inteiro. Não permitas que alguém te conheça se você ainda não se conhece. Amor é livro. Composto de capítulos. Se quiser o amor real leia sua história, depois a complemente com outra. E se esse sapo não virar príncipe, tira ele da história.


Polliana Veras

sábado, 31 de outubro de 2009

Cogumela de Zebú

Irradias em mim a paz mais insólita.
Que poder é esse que possues menina?
Como consegues roubar meus pensamentos antes mesmo que cheguem a mim?
A vibração que possuis é tão intensa e forte
que tem um domínio abissal no meu ser.
Fazendo-me vibrar na mesma frequência que a sua.
Que sintonia é essa que ultrapassa distâncias
prolonga por tempos
e a cada instante faz-se mais concreta?
Ai menina que saudades já tenho de ti...
A ausência da tua matéria
só será mais um fator
que comprovará a magnitude
da nossa energia de ligação.
Sem físico, só alma.
Só percepção.
Telepatia.
Só a nossa digna e eterna
vibração.


Polliana Veras


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Maria-Mulher


Onde andas teu poder melífluo de mulher?
Mãos de pétalas
Pele de cetim
Cadê tua teogonia interna Maria ?
Pra quê vestes tão curtas?
Por quê expôr teus bens preciosos a quem te falta amor?
Onde andas tuas palavras de poesia
tua voz de doçura
teu toque sutil Maria?
Deixaste corromper pela utopia estética
Pela luxúria capital
Pelo poder da mídia.
Mal sabes quem és.
O que te faz?
O que preenche-te?
Dilaceraram tuas purezas
Roubaram sua força guerreira de auto-sufiência.
Hoje até nome de fruta ganhas por suas curvas Maria!
És bela por que és.
Tua existência é única e sublime.
Recupera-te minha cara
Maria-Mulher.
Mudada.
Moldada.
Maldada
Mal - dada.


Polliana Veras

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Passos


Sinto em voce uma idéia fósmea
o abissal do teu interno
causa-me estupor justamente por não saber de certo quem és.
Porém consegues ser dono
de uma energia atônita e intrigante
no meu caso, de dificil descrição.
Tens brilho reluzente no olhar quando fala do que te agrada.
Em somas não dão se quer uma hora de proza
Bastante suficiente
Para passar nos filtros das minhas percepções
e mostrar-me que
por dentro desta capa encantadora de beleza
Possuis uma internalidade mesclado de icognita
que ganha destaque perante a superficialidade dos comuns.
Polliana Veras

sábado, 24 de outubro de 2009

Ganho superficial




Se aceitares me ter por engano aqui estou
Digo-te um sim e satisfaço minha vontade temporária
Ora ora meu rapaz
não tens ao menos a capacidade de saber a real vontade de uma mulher?
Me bajulas com palavras torpes
Presenteia-me com prendas falsas
e achas que me ganha desta forma?
Com conquistas projetadas?
Não meu rapaz
Para conquistar-me a fundo
precisas de poesia na áurea
precisas de leveza na alma
toque sutil
voz cantarolada
luz nos olhos
vaidade camuflada
abraço de nó
Não me venha com flores ou matérias
quero o abstrato
quero que prove-me a sua capacidade
de me fazer sentir apenas com palavras
E assim me ganhará de forma mais inteira
crédula e dominante.
De outra forma não.
Deixarei pensares que és o maior
Farei as minhas vontades supondo ser a sua
E depois partirei
em busca da verdadeira entrega interior
composta de essências e verdades.

Polliana Veras

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Fragmentos de uma carta não enviada


Alguém dentro de mim mente pra me proteger.
Diz que o teu silêncio é prevenção do teu desprezo
Que tua ausência é catalisador de um amor que não morreu.
Que tua fome de vida
veio no momento em que tive de me distanciar
para não presenciar tuas próximas paixões
e inúmeras maneiras de estar completo sem mim.
Porém não pretendo te esquecer.
Prefiro te ter em lembranças
do que não te ter de jeito algum.
Amor não é vivência em prática.
Sofro por sua falta
não porque te amo.
Esperanças da tua presença não mais me iludem.
Mas um dia o fardo de uma história não vivida
atordoará nosso futuro indecifrável.

Polliana Veras

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Amoetar


Estamos abertos a imaginação do acaso.
O futuro raramente é o plano do passado.
Talvez tenhas entrado na minha vida
apenas para mostrar-me
o prazer de dissolver em forma a minha essência.
O mundo de sentimentos que ficou da nossa história
já não cabe em mim.
Ela extrapola os limites da razão
principalmente do coração.
Minha matéria ja não é suficiente
torna-se pequeno para o que sinto.
Preciso externalizar em palavras.
As letras são larvas de vulcão
que explodem de um corpo fervoroso e impulsivo.
Não consigo contê-las.
É uma forma de dividir com os papéis
uma sobrecarga de amor.
Nado num mar de celulose.
Sinto-me incapaz.
Já nao possuo poder sobre minhas mãos.
A letras tomaram conta do que sinto.
Intensificaram o inevitável.
Não adianta deletar o insubstituível.
Prefiro as lembranças acompanhadas da inspiração
ao vazio interno seco e sem poesia.

Polliana Veras

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Surpresas


Ás vezes me pego sozinha.
Contando átomos ao vento.
Jogando um passado bom
em um humor meio abalado.
A recordação quando é viva
tem o poder de resgatar sensações.
Lembranças sem desejos
são apenas memórias.
O bom de guardar o que passou
é a esperança de reviver o que talvez não se cumpriu.
Estar presente no presente
adianta o futuro de um passado incompleto.
Não se deve viver de nostalgia.
Mas se o que ficou pra trás
ainda te desperta surpresas sensitivas.
É sinal que o passado não passou.
Tudo que te mexe é vivo.
E tudo que é vivo, ainda pode acontecer.
Polliana Veras

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mestre Gato


Não me acanho quando deparo-me a julgamentos moralistas baixos.
Orgulho-me de expor as minhas vontades e ideologias utópicas
Quero mais que se afoguem em seus preconceitos
ditados por um meio social mesquinho.
Sou deste lado de cá.
Pulei o muro.
Sou do contra.
Do lado da vida.
De quem enxerga pela essência.
Olho de dentro pra fora.
O externo é somente sua capa.
Pele de camaleão.
Sou do bloco da permissão
Dos medrosos da passagem do tempo
Dos que preferem acordar depois do sol se pôr
e dormir quando ele voltar.
Dos adeptos ao amor livre
que amam por qualquer circunstância
mesmo que esse amor dure apenas dois ou três segundos.
Sou fiel ao julgamento do meu eu.
Curada das influências supérfluas.
Dona da minha história.
Contemporrânea do futuro.
Rainha da cumplicidade noturna.
Amiga da boemia.
Respeito a mim, a quem me ronda e a quem merece.
Por fidelidade a mim, apenas peço
que deixe-me aqui no meu mundo paralelo irreal.
Causar mal a quem julga nunca será ato meu.
Apenas preciso de espaço
para exercer a tão fácil missão de ser sem filtros.
Porém permita-me mostrar
a liberdade incondicional do lado de cá.
Prefere ser continuação do que já existe
ou fruto real da sua unidade genética?
Escolha.
Mas seja fiel ao que te faz feliz.
Polliana Veras

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Liberte-se


O passado é imortal.
O corpo anota tudo o que foi dito pela vida.
A experiência faz ficarmos mais atentos
porém mais calculistas e gélidos
A delicadeza torna-se ironia.
A imaginação em sarcasmo.
Saber me atrasa.
Prefiro encontrar-me desinformado eternamente
a transformar o passado em comportamento de defesa extintiva.
Suposições do que não existiu
congela qualquer sentimento ainda em formação.
Entregar-se ao livre arbítrio do destino
torna a surpresa da vivência mais excitante.
Fortalece a ação de despejo do que não mais serve
Livrar-se dos atrasos
Do que atrasa
De quem te atrasa.
Viver o súbito acaso permitindo-se sempre ao (re)começo
Coração sem direção,sem descompasso.
Liberta-te do que já não existe.
O que estar por vim
tem o poder de abrir o casulo para o mundo das incertezas.


Polliana Veras

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Pensar


A rotina nos faz esquecer a beleza extraordinária de existir. Ao longo dos tempos, do nosso crescimento biológico e intelectual, juntamos quantidades enormes de informações superficiais e esquecemos as principais indagações até então nunca respondidas : De onde vim?Por quê vivo?Pra onde vou?. A vida é um fenômeno de tanta magnitude que preferimos passar por cima desses questionamentos (aparentemente simples) a buscar as respostas que necessitam de um pensamento mais focal e complexo. A humanidade não procura saber o por quê da sua origem, não se interroga, prefere camuflar-se por baixo de uma vida pronta, regrada, ditada. Estagnando o pensamento e deixando a vida ser levada pelas estipulações de um sistema econômico falido e egoísta. Viver, deixou de ser um milagre para tornar-se mecânico, pelo simples fato do medo e preguiça de entranhar as razões do pensar. Os humanos já não vivem, eles acomodam-se com o pequeno e mínimo prazer de somente existir. Isso gera uma gama de consequências maiores do quê as que sugerem os livros de auto-ajuda baratos.
Você já nasce com todas as fases regradas : nascer, andar, falar, estudar, trabalhar, casar, reproduzir e morrer. Mal saimos do ventre materno e já temos um pré-molde demrcado. São fases precisas e inevitáveis, porém, tornam-se problemáticas a partir do momento que sua vivência não ultrapassa nenhum desses limites. Quando as regras sociais, morais, e padronizadas por pensamentos hipócritas ( fruto de uma ideologia camuflada mas totalmente pobre de sentimentos humanos ) tornam-se o seu modelo de vida. Com a ajuda da mídia, a qual é manipulada pelo sistema econômico ocidental, o pensamento humano é moldado igualmente a produtos industrializados. A acomodação e a facilidade de viver dessa forma, estigmatiza o novo pensamento " robôtico " da atualidade.


Polliana Veras

Polliana Veras

Paz Consciente

O orgulho já não me cabe á tempos.
Prefiro a dor do desprezo
Mas a paz da tentativa.
Sabes que a razão
cobre a tua vontade de estar presente.
E o que sentes
torna-se superficial para o que julgas certo.
Encontro-me de mãos atadas diante de ti.
Sinto-me como a cera derretida de uma vela
Mudando de forma ao sabor do teu silêncio
O que me resta
É entregar-me aos prazeres paralelos da vida mundana.
Onde na noite quem é sóbrio sobra.
Prefiro o estado retardante da consciência
A me deparar com essa realidade sombria.

Polliana Veras

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sem mais.

O amor muda o foco, o fuso, o contexto. Nos deixa mudo por ter tanto a dizer com a incerteza de não ser chegada a " hora certa ". O abraço afaga as palavras não ditas. A intimidade inicial apagam as luzes, enrolam-nos em cobertas que disfarçam o medo da descoberta de defeitos superficiais. Daí o amor chega acendendo as luzes, puxando os lençóis. Aperfeiçoando os defeitos que se tornam charmosos, simpáticos, expansivos. O que era impensável parece adequado agora. Como é difícil não externalizar o ritmo frenético que fica o seu interior agora feito de puro êxtase e nitroglicerina. A realidade não basta, o amor é surreal....Até a chegada da incopatibilidade de gênios. O medo doloroso destinado a encerrar a mais uma história que parecia eterna. Nervosismo permanente. Vulnerabilidade extrema. Vontade de terceirizar a vida e contratar um gerente administrativo para tomar conta do que você não tem mais capacidade de controlar...largar a casa, os móveis, mudar a identidade e só voltar depois de tudo resolvido.
A falência amorosa é como a falência de uma empresa, os funcionários são as lembranças que saem vagando por ai sem destino e o local da empresa é o seu coração, vazio e sem funcionamento, a espera de um financiamento para se reerguer ou tomar a decisão de fechar as portas de vez. Ninguém mais entra, ninguém mais sai. As lembranças com sentimentos vivos são fertilizantes para esperança. A indefinição é que faz o amor permanecer ou ir embora e não existe nenhuma maneira de diminui-la. A vida se faz de expectativas, lembranças sem desejos são só memórias. Não quero a definição do amor, afinal, só se fala do que se tem a necessidade de compreender. O amor foge da compreensão humana, é abstrato, ou sente ou não conhece.

Polliana Veras

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pra você Ana.


A chegada do fim
Não muda a importância do meio.
Não tenho medo do final
A dor do que se acaba
só é uma afirmação de como o que existiu valeu a pena.
O término da vida
Não tiram as lembranças
Não apagam as conversas
Não destroem uma amizade
Não altera a fome de vida que se teve
Mostre-me o final
Não vai alterar os sentimentos sentidos
Os momentos vividos, as risadas jogadas ao vento
Os planos feitos sem certeza de realização
Não vai retirar o abraço que foi dado
as palavras ditas e a emoção registrada.
É como um livro
Suas palavras escritas ninguém apaga
E o fim do autor, não é o fim da leitura.
Polliana Veras

domingo, 4 de outubro de 2009

Silêncio dos corpos

Procurar as melhores palavras a serem ditas
É assinar a certeza do incerto.
Devemos dizer o melhor silêncio.
Um silencio que não silencia
Feito de olhares e toques
De sensações que só são capazes de serem sentidas
com o mais puro silêncio.
Apenas o barulho dos poros gritando pelo encontro
Do atrito da pele
Do vinho derramado no chão
Dos lençois embaraçados
Da fusão dos corpos
em busca da magia que trás os nossos corpos em nó.
Fundos sonoros de respirações incessantes.
Pura demonstração dos nossos vícios perfeitos
Das nossas virtudes imperfeitas.
O som das unhas nas costas
Do aperto das mãos.
O silêncio do barulho do amor em prática.
A falta de palavras também é um diálogo.
Talvez nada era pra ser de fato dito.
Apenas vivido
Olhado
Tocado
Sentido
Marcado.
Polliana Veras

terça-feira, 29 de setembro de 2009



O orgulho não é humano.
É atraso de vida.
Repressão dos desejos.
Acão do ego sobre o id.
É o confronto da vontade com a razão.
O orgulho impede a exposição dos sentimentos.
A luta por um bem maior.
É a pena dos sonhos com prisão perpétua.
Desejo da ação, sem agir.
Querer ser, e não ser.
Sentir, e não se permitir.
É afogar o que sente no mar da lembrança.
É a saudade reprimida.
Amor assasinado.
Flores secas no jardim da solidão.


Polliana Veras.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

V.J

Ainda não estavas formado como homem quando te conhecí.
Olhar apreensivo, jeitinho malandro
Caracterizado por frases criativas e irreverentes
Para aquela idade informal.
A convivência provou-me
Que até então eu nunca havia conhecido
Pessoa de personalidade tão efêmera, incostante
e ao mesmo tempo tão encantadora
A magnitude de um sentimento amigável
Fez confudir o que em mim se passava.
A reciprocidade não muito tardia
alimentou o que parecia tão irreal de ser concreto.
Hoje,
dono de um rosto de menino
Porém marcado por expressões de quem aprendeu vivendo.
Tens uma capacidade inenarrável
De transmitir energias que para as minhas percepções
são sempre inéditas.
O tempo não consiguiu apagar a magia do teu sorriso.
Muito menos tirar teu dom de purificar minha alma
toda vez que encosta tua boca nos meus olhos.
Boca que possui o contorno lapidado
Com detalhes minuciosos de perfeição.
Fazendo-me manter distância
Por causa do poder inconsciente e manipulador
que ela possui sobre o meu id traiçoeiro.
Por tanta semelhança
nossos pólos se repelem.
Tornando um sentimento ainda vivo
Em tratamentos superficiais de uma boa educação
Cheias de formalidade e hipocrisia.


Polliana Veras

Não pense demais
Na hora da ação o pensamento não será o mesmo.
O que é definido nunca é lembrado
O que é igual muito menos
Só quero coisas simples...
Não busco a perfeição
Quero a plenitude dos desejos
Quero rir quando não pode
A seriedade é duvidosa
Mas a alegria é interrogativa
Quem rí nao devolve o ar que respira
Quero namorar sem contrato
Casar sem fundir as vidas
Ter filhos sem querer repetir o que fui.
Não quero definições religiosas.
O pecado é você quem faz, está na sua mente a intenção que tem de seus atos.
Abaixo as tentações!Respeite suas vontades!
Abraçe uma arvore!Caminhe sem destino.
Misture whiske com cerveja
Ande na contra-mão
Roube um beijo
Tome banho depois da feijoada
Seja imprudente
Porque quando se anda na linha reta o trem sempre te pega.
Não quero ter segundas intenções para poder chegar na primeira.
Quero amar por inteiro
Procurar um pouquinho de mim em cada um
e não deixar que ninguém me encontre.
Alternar a respiração com um beijo.
Complicar o que é simples.
Quero mudar o preconceito dos domingos
Transformar a cara da segunda-feira
Um vinho!Hoje é segunda!
Ninguém lembra do que foi normal
Marque do seu jeito, mas marque a vida de alguém de alguma forma.
Não quero que minhas lembranças sejam o que faltou dizer.
Ser fiel a mim.
Quero ter a responsabilidade de viver o máximo que se pode chegar da liberdade.

Polliana Veras

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A maré



O amor não deixa de existir.
Amor que é amor não some. Dorme.
Por falta de estímulo
ele não tem resposta.
É como o nosso organismo.
Deixando de se alimentar
O corpo condiciona - se a jejuar
Mas chega num ponto
Que ficamos fracos, nosso corpo já não suporta mais.
E procuramos nos alimentar com qualquer alimento
só pra não morrer, só pra suprir a necessidade.
Mas o amor não morre.
Quando é real
as lembranças insistem em aparecer
as músicas ousam em tocar
as fotografias saem sozinhas das caixas
as manias e gostos ainda são lembradas quando pairamos sobre tal.
O amor verdadeiro manda na gente.
Fica entocado, camuflado.
Causa incertezas com o tempo.
Mais ainda ronda sobre você.
O amor nao renasce. Reencarna.
Volta.
Surge num novo mesmo corpo.


Polliana Veras



Cobert(d)or




A dor tem sua exposição sob censura.
Em seu quarto,quieta,sozinha. Pronto. Agora pode.
Caia no chão,quebre os móveis,rasgue os livros.
A dor de amor vai se matando aos pouquinhos,pedaço por pedaço.
Morre-se em sigilo. Uma ferida estancada com o silêncio, um leve sorriso e a farsa de que " tudo vai bem ". E tudo está em " controle ". Até o súbito momento de presenciar "ele " com "ela". Você olha para sua amiga ao lado, com os olhos já carregados de umidade e que ao mesmo tempo dizem:- " Me tira daqui!" e ela num gesto sensato e natural te chama para uma ida típica feminina ao banheiro.Banheiro de bar é o palco da perda do equilibrio, do descontrole, do " não aguento mais!". Esquecendo da ditadura do fingimento você borra toda a sua maquiagem,que desce como lágrimas pretas desenhando um contorno escuro sobre seu rosto e revelando a sua verdadeira imagem,como você realmente se sente. O sentimento de perda seria fácil se doesse só o cotovelo. Começa no cotovelo, percorre todo o corpo e estagna no coração, com o efeito colateral de atingir na alma. E você sente a ausência do corpo dele em você,da vida dele na sua rotina. Por um breve momento de ilusão chega a pensar que toda aquela cena estava toda preparada, que era uma vingança dele só pra você sentir o mesmo gosto ruim do desprezo e da solidão...mas não, é apenas o que ele construiu para viver depois da sua indiferença. E é chegada a hora de sair do banheiro. Ele te comprimenta. Não existe saída para escapar dele e daquela situação agonizante.Você comprimenta " ela " com a vontade mortal de esgana-la e de tomar aquilo que ela a roubou,acompanhado de um fundo sonoro de uma resposta a uma pergunta tola feita por voce ..." Nunca estive tão bem.". Apesar do calafrio , a censura da dor permanece. Apesar de querer ofende-lo, a censura da dor permanece. O domínio de revidar foi perdido. A dor faz nascer um orgulho insensivel. Gélido e burro. Não entregará o que sente. Permanecerá quieta. Agora sim como uma morta, do jeito que um dia quis que ele te tratasse. Mas ele não chora mais por você. Então, leve seu corpo de difunto e sofra debaixo da terra de lençois. Amor não se recupera. Se não for vivido por você, será vivido por outra pessoa.


Polliana Veras

terça-feira, 22 de setembro de 2009






Há muito tempo descobri uma paixão.


Sensação que me domina de tal forma


que não consigo conter a vontade fervorosa


da minha mão destra.


Uma paixão que não tem sofrimento,nem saudade.


Só satisfação.


Porém,essa paixão só tem vida


quando encontro-me recheada de outros sentimentos e novas experiências.


O mundo mágico das letras


me faz transformar sentimentos em palavras.


E isso me encanta,me enche de vida.


Me faz querer viver mais


Pra sentir mais


Pra escrever mais.


Por isso quero tudo.


Quero amores,quero paixões


decpções,ilusões...


Quero tudo que me faça sentir de alguma forma.


Busco o novo


com a finalidade de sentir o desconhecido.


E transforma-lo em literatura.

Polliana Veras

domingo, 20 de setembro de 2009


É chegado o tempo das novas flores!
Estação que seria palco
da mais esplêndida interpretação entre :
a saudade e a despedida.
Sentimentos que a muito não puderam ser vividos
por estares com a neve e eu com o sol
Hoje impedidos pelo cárcere do orgulho
Causados por esses tolos devaneios
ocasionados pelas circunstâncias de sermos humanos,errantes.
Afasta-nos mais do que qualquer fator geográfico
Hoje estás mais perto,porém mais longe.
Mesclas de medo e ansiedade atordoam-me
ao pensar no fim da primavera.
Faz lembrar-me do gosto amargo que experimentei
com a tua despedida em busca de um inverno distante.
Informando-me que quando a estação do ser dourado chegar
é anunciada a hora de partida.
Fazendo-te sentir frio
na mais alta estação tropical.
Polliana Veras
Já se faz próximo a hora de cruzar as fronteiras
A cada dia fica mais próximo a nossa distância
Distância que se faz presente
por não aceitares que sou eu quem seria capaz
de completar sua vida que hoje se faz
tão frágil e sem cor.
Tens a certeza que nenhuma mulher
senti por ti o que em mim se passa.
Tens a certeza também
que a superficialidade das mulheres comuns com quem convive
nunca preencherá as suas ideologias
camufladas por sua personalidade vulnerável.
Fato este que não deixa assumires
para o teu ego confuso
que os valores morais ditados por uma sociedade hipócrita
não importam tanto assim.
És intenso mas tens medo.
És livre mas não se permite.
Somos tão iguais que isso te incomoda
ao ponto de querer-me bem distante de ti.
Porém o que tenho teu dentro de mim
é tão vivo e intenso
que tem força suficiente para esperar
o seu encontro metafísico com a realidade.
Polliana Veras

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


Se tu soubestes o quão és importante nessa minha vida boemia e vulgar
Se atiraria aos meus pés todas as vezes em que passasse em sua mente
Nosso momento único, impar, singular.
Momento que até então me faz sentir o percurso de uma sensação conhecida da medula aos órgãos internos
Envolvendo o meu corpo numa energia nostálgica que me leva a sentir novamente o toque suave dos seus dedos deslizando em minhas costas
Revela-me então ó grande dono da verdade!
Do que é composto esse sentimento que mostras ter
Depois que atravessastes o mar
Depois de dar-me a virtude mais extinta de um homem,o perdão
Conta-me o que foi que aconteceu
Com aquele coração tão cheio de promessas e vida!
Um momento tão proibido
E ao mesmo tempo tão esperado
Tornou-se único.
Único que diante a tanta libido de amor liberado de uma só vez
Fez-se único.
E para essas dúvidas que tanto fazem questão de mostrar-se em forma de dor
Tenho como resposta o teu silêncio
O qual me prova que nem sempre um momento deixa de ser real e mágico
Por ter sido único.

Polliana Veras


Ultimamente tenho me sentido como uma televisão, a qual perderam o controle remoto da parabólica.Aí mexem na minha antena e me sintonizam no canal local...imagens indefinidas,má resolução,cores foscas e sem vida,programação ruim e com pouca criatividade,pessoas com um sotaque baiano forte,irritante.Daí sinto falta do tempo da parabólica,das cores vivas,da diversidade de canais,das pessoas felizes e satisfeitas por eu, a TV, está transmitindo coisas boas.Enquanto não acham o controle remoto fico nessa...talvez uma hora eu pife e fique com a tela toda de uma cor só,ou talvez tentem fazer o canal local ficar bom ou ate mesmo pode ser que desliguem a TV e a deixem lá,em standy by, até o controle ser achado.Ao mesmo tempo tenho esperanças de acharem logo esse controle,ou até colocarem uma SKY quem sabe.Novos canais,novas cores,nova vida.Ia ser interessante,apesar do custo.Eu sou a TV,os canais são os momentos da minha vida,algo divino é quem comanda o controle remoto,o controle é o tempo.Ele passa as fases,os canais da vida.A parabólica é o amor.O amor enche uma TV de vida,de cores,novidades,opções.O amor não deixa a TV em standy by e não a deixa fora do ar.Preciso achar meu controle da parabólica.




Polliana Veras

Felicidade

Venham!!Venham todos!
A boa nova precisa chegar aos quatro cantos!
Venham!Ouçam todos que aqui estão
A felicidade veio até a mim com uma voz doce e envolvente
Pediu-me para acompanha-la
Hesitei de princípio
mudando de idéia logo após um intenso e longo segundo
Fui agarrada por turbilhões de sentimentos inenarráveis
que me fizeram uma dança de calores internos sobrenaturais
Mostrou-me os caminhos mais floridos
As cores mais vivas!
Os sabores mais intensos!
Conto-lhes mais!
Conto-lhes que ela, a felicidade
disse para chamar a todos que pretendem segui-la!
Vamos!
A felicidade fez o chamado
Você que opta por não acompanha-la.
Polliana Veras

E fez-se em pranto
O último vestígio de esperança do seu toque sutil
pelas minhas entranhas sombrias
E tornou-se pranto, amor
Aquilo que um dia não passava de pura eternidade
Promessas jogadas em um alísio de verão a beira-mar
Promessas essas que por muito moveu sonhos
e estimulou vidas a se encontrarem.
Porém esse pranto, amor
Esse pranto o qual hoje se faz o meu companheiro mais fiél
Um dia correrá sobre o seu rosto
Frio e pálido
Resultante de um arrependimento sem volta.
Polliana Veras

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Retrato de uma vida pré-fabricada

Desejo boneca, bico, e mamadeira

Meio da rua, bola furada e muita sujeira

Braço quebrado, ferida na perna

Sensação de infância a vida inteira

Desejo quebrar o queixo, pegar catapora

Achar que é gente mas só dormir na mesma hora

Desejo o primeiro beijo, ficar sem jeito, pegar na mão

Beijar de lingua, bater o dente, ter mais atenção

Tirar nota baixa, filar aula, esconder o boletim

Não ligar muito pra dinheiro, reclamar o dia inteiro, demorar muito no banheiro

Achar que nada tem fim

Desejo o primeiro porre, a primeira tragada, ir pra tudo quanto é balada

Sair de casa a tarde, e só voltar de madrugada!

Desejo o primeiro amor, a primeira paixão

Achar que nada é exagero, se entregar por inteiro

Achar que não terá desilusão

Se arrepender, gritar, chorar, encher a cara

Dize que vai se matar!Na outra semana nem se lembrar...

Desejo os melhores amigos com os maiores planos

Ter sonhos de Che Guevara, achar que não são humanos

Desejo projeto de sonhos, utopias se realizando

Se dar conta que o futuro está pra chegar

Não deixar a vida cair na rotina

Ter a certeza que o seu sonho é a sua sina

E que o seu trajeto ninguém é capaz de alterar

E se no final se der conta que não foi feliz

Não tem problema, faça tudo de novo

O ciclo da vida existe

Mas é você quem dita as regras do seu jogo.


Polliana Veras