quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Nós,
fartos de vivência pão e circo.
Que tanto revolucionamos nossos desejos
Continuamos inertes ao tempo,
nutridos de capacidade intelectual de vivência
porém pobres para guiar o próprio destino.
Que se constitui da verdadeira vontade de expôr nosso mundo reprimido.
A rota do que deveria ser
ganha outros céus.
O desvio gerado pelo medo
lança-nos no portal da diferença suprimida.
E emplaca
e enquadra
Iguala.Estigmatiza.
Congelados de coragem.
E caimos no não-querer do que tem que ser feito, imposto.
Mas ao menos deitamo-nos no chão
e enxergamos o modo que a terra vê o mundo.


Polliana Veras

Mar de lembranças


Essa rotina de molhar o travesseiro
Faz questionar-me
o poder da noite de ressuscitar lembranças
De dar vida ao que perdeu a alma
De fazer o passado retornar afoito
sufocando-me de culpa.
Porém não é triste
Pois a causa é iluminada.
Inatingível e purificada.
quero o nosso absurdo nesse instante
O seu olhar invasivo
com capacidade de desfazer o verbo
Quero o nosso impossivel real
A nossa luz acessa
sem risco de apagar a chama
Que chama.
ama.

Polliana Veras

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Lis


Vento que passa ditando ser pluma leve
entorta a flor de quem não a segura
envolve as pétalas que restaram do ramo.
Faz e floresce.
Espuma a sutileza da semente.
Que germina.
E enlouquece perpetuamente sobre seus novos ramos espinhosos.
Porém cheios de leveza
suporte de tempestade
estandarte de vendaval.
Supera, ultrapassa, segue.
Despetala
perde ramo, perde flor.
Fica espinho, fica terra.
Fica o centro.
O que é de dentro.
Que não se resgata, intacto de fenômenos naturais.
Pura essência filosófica.
Pura teoria marxista.
Pura verdade.
Seja a minha
ou sua.


Polliana Veras