terça-feira, 3 de novembro de 2009

Desintalando.



Ás vezes uma relação não termina por falta de sentimento, e sim para preservar a felicidade das lembranças. É hipocrisia dizer que não deu certo. Claro que deu. Foram anos, meses, divisão de vida, aprendizagem de gostos, paciência com defeitos, juras eternas, entrega interior máxima, mesmo com um ponto final. Odeio a palavra fim. Ela poderia ser substituída por recomeço, afinal todo fim é um novo começo. Podemos não ter mais quem queríamos mas pelo menos temos a pessoa em memória. Descobrir a insuportável e delicada memória que não teve um fim, mas um final não muito feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim...o fim é uma palavra com um poder de definição muito grande, odeio limitações. Estamos abertos a vontade da vida então não podemos defini-la com tanta certeza. Não sabemos de nada. Somos fantoches do acaso, brinquedos do tempo. Tempo... Deus da mudança ... Não me inquieto quando não recebo as respostas das perguntas que não fiz. Eu me conformei em reservar alguma coisa do que não sei para saber depois. Um pouco desse amor foi acomodado pelo " Deus da mudança", será póstumo. É recomendável não descobrir todos os segredos. Até porque eles podem ser a resposta da angústia do agora ... o passado sempre é resposta do presente do futuro. O mal do ser humano é a pressa. Não digo nem que ela é a inimiga da perfeição, mas inimiga da verdade real pois a pressa adianta um acontecimento que não deveria estar sendo fato naquele instante, e acontece sem durabilidade. Essa é a real diferença do amor e da paixão. A paixão é avassaladora, é substituível, é largar tudo e ir em frente, é palhaço em boca de leão, é esquecer as regras dos horários, esquecer da vida real, do emprego, da casa, dos vícios. O amor não, amor foge da compreensão humana. Amor é tocar no intocável. É curar um defeito sem saber sua existência. É ter a paciência e virtude da espera, o amor real é único, camufla-se, encobre-se, é enganado por outras paixões vividas, mas ás vezes até sem saber permanece intacto. Amor é vírus, depois do contágio estará em seu sangue por toda a vida, até que você morra, ou morra por ele. O amor coloca sua vida em bandeja para o outro. Mas para confiarmos nossa vida a uma outra pessoa precisamos primeiro saber o que foi nossa vida, o que é ,o que será, o que se espera dela. Não tem como ser dois em um só sem saber quem és por inteiro. Não permitas que alguém te conheça se você ainda não se conhece. Amor é livro. Composto de capítulos. Se quiser o amor real leia sua história, depois a complemente com outra. E se esse sapo não virar príncipe, tira ele da história.


Polliana Veras

2 comentários:

  1. Linda, Linda, MT linda a poesia...
    perfeita... Nunca há um fim, o n deu certo é a frustração de quem n consegue entender q Deu certo até o momento em que teve q dar certo... e q o FIM chamado por eles, nada mais é q uma evolução!!!
    PERFEITO!

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  2. PERFEITOOOOOO
    Vá em frentee POlli
    vc sabe o q diz...alias, vc prova q sabe o q diz...
    Esta levando a realidade para mente das pessoas, basta querer, basta abri-las.
    Beijoo
    sucesoo!!!

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