terça-feira, 10 de novembro de 2009

Homem dos meus sonhos.



Me pegaste.
Agora encontro-me camuflada de folhas secas deste pomar vasto.
Entrelaçada com os seus braços
desenhados de carne dura.
Meus cabelos confundem-se com o enlaçamento atônito das tuas mãos.
Vejo-me perdida de estupor
e ao mesmo tempo afoita
por acreditar que aquela magia findaria.
Decido quebrar as grades da razão
e deixo confundir-me com o envolvimento
que faz sua respiração incessante.
Por mais que me aprofundes
ainda parece muito distante
do quão te quero perto, dentro.
Meu suor envolvido com o seu
faz grudar as folhas em nossas peles
fatigadas de esforços sublimes.
E o que mais desejo
é fixar minhas raízes em seu corpo
gerando um só ser
naquele palco de energias libidinais.
Por um momento cheguei a pensar
que desapareceria para sempre em suas profundezas.
Tua boca parece fruto de alguma daquelas árvores.
Tua barriga de tão esculpida
parece obra Vinciana.
Transbordas desejo de domínio neste olhar feito de malícia.
Um formigamento começa nos meus pés
percorrendo com indolência meu ser vivo
e incessantemente abstinado de ti.
E dança por um longo caminho.
Nervo a nervo.
Até provocar-me um curto de energia interna
profundamente divina
que qualquer tentativa de descrição
diminuiria sua magnitude.
Despertando-me.
Restando apenas a espera de mais um incessante dia
para encontrar-lhe novamente
no mundo dos meus sonhos.


Polliana Veras

Um comentário:

  1. Nestes sonhos escondidos de mim...
    A voz dela se alastrou...
    Como um perfume derramado...
    O pequeno vaso de vidro se quebrou...
    Encontrar-te de sonho em sonho...
    Imaginarizo tua doce pele suada...
    Fundindo-se à minha, como carne incessante de despir-se...
    Como o som do urgir, do calar...
    Da respiração ofegante...
    Do leve transpirar...
    Do profundo inspirar...
    E do sereno e ínfimo momento do eterno.

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