domingo, 20 de dezembro de 2009

Precipício propício





Não me prendem
as palavras jogadas por medo de perda.
Quero liberdade do órgao que bombeia o sangue.
Quero o sangue correndo na veia por vivência árdua
não por pura vitalidade de manter-me viva.
Não quero mais traços no rosto
feitos de uma idade que não tenho
Quero nitroglicerina.
Diversidade.
Tudo que acho é a minha certeza.
Acho que o amor está por vir.
Amor de marinheiro.
Em cada porto um desapego.
Fidelidade ao amor livre
Duração de um instante
intenso como um pôr-do-sol
que por ser único, prisioneiro de lembranças.
Quero encontrar um lugar
onde seja permitido quaisquer palavras
e salvar tudo com alguma poesia.
Fim de tarde.
Fim do dia.
Rasguei o espaço da minha ausência
com a liberdade do discurso insano.
Já não desejo mais sonhar nesta vida.
E ainda sim, amo.
Acho.

Polliana Veras

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Grandes Navegações





Olhar fundo de horizonte
Que de tão distante
impede a descoberta da linha reta sem fim.
Descobrir teus mares
risco de encontro com monstros lendários.
Não explorar-lhe
tolice medieval de antigos navegantes.
Jurava que teu fim não fosse abismo...
Epifania!
Moldas-te teu mundo tão quadrado quanto a mente.
Falsas sereias do teu abissal
camuflam em beleza
o teu umbral interno.
Que de tanto desviar a rota de quem te navega
Feneceu afogado
em tua própria água.


Polliana Veras

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009





Será assim e só.
O desatar dos nós.
O enfim sós, da distância discrepante.
Com um toque de silêncio
faço, sofro e saliento
que a volta não será breve.
Que mais de uma vez encontrarei a neve
E o amor que não se descreve
guardarei como uma pluma leve
no peito que dói
aperta
mas não cede.



Polliana V.